Marcou presença a francesa!
Encantou os pilotos, o staff e o público em cada pedacinho de chão por onde passou o 42º Enduro da Independência. E mais: recebeu dezenas de mensagens entusiasmadas nas redes sociais da prova.
A curiosidade inicial era geral. Na relação dos pilotos lá estava: Virginie Hurst, inscrita entre as “grandonas” big trails acima de 700 cilindradas. Eram duas estreias numa só, da categoria e da francesa.
Educada, corajosa e carismática
Da primeira abordagem para a entrevista, um dia antes de a prova começar, e em cada oportunidade dali em diante, ficou evidente: não seria uma participação qualquer.
E de fato não foi. Agradecendo a amiga paulistana Rosa Freitag pelo convite para a prova, pronunciando a língua portuguesa com algum sotaque, carismática, corajosa e educada, Virginie conquistou a simpatia de todos.
Metade sorriso e metade poeira
Se antes da largada estava apreensiva com o equipamento de navegação, consultando o tira-dúvidas Saulo Silva para tentar decifrar os sinais da planilha virtual e se depois aparecia com o rosto metade poeira e metade sorriso pelo dever cumprido, a superação dia após dia na trilha desconhecida se traduzia no brilho especial nos olhos e numa emoção que transbordava.
Orgulho por estar ali fazendo história. E, claro, formando uma nova família. Afinal, a cada neutro, início ou final de etapa do EI o que essa turma das big trails resenhava talvez fosse até o caso de escrever um livro…
Emoção embalada pelos sinos em Baependi
Pouco depois de receber uma premiação como o primeiro lugar entre as mulheres nas big trails, Virginie concedeu uma entrevista em meio às badaladas do sino da belíssima Igreja Matriz de Nossa Senhora do Montserrat, ao lado do palco que serviu de pódio, na aconchegante Baependi, resumindo as sensações experimentadas em cada um dos quatro dias da Edição Internacional.
Confira os principais trechos da entrevista:
“Foi demais minha primeira participação do Enduro da Independência e, no enduro de fato, foi incrível. A organização era perfeita. Teve lugar muito difícil para mim, uma amadora como eu, além de ser mulher, em uma categoria BigTrail, a força física faz a diferença. A organização tinha um staff, um limpa trilha que ajudou bastante a gente.
Primeiro dia foi muito duro!
Segundo dia pareceram, para mim, 500 quilômetros porque foram dez horas em cima da moto. Nunca tinha feito isto em minha vida! Não sabia de fato se podia fazer e me superei totalmente. Andei como nunca andei em minha vida. A estimulação com os outros pilotos e com a minha amiga, Rosa Freitag.
O terceiro dia eram 315 quilômetros. Tive um problema mecânico e terminei a prova com uma hora de atraso, mas terminei. O limpa trilha ajudou muito. A confiança de ter alguém, saber que não estava perdida no meio da montanha.
Foi muito bom! Hoje (sábado, último dia de prova) foi demais. O troféu… Obrigada, organização. Foi demais! Somos precursoras. Um mundo de homens e fomos muito bem-vindas. A mulher tem lugar no esporte”.
Texto: Ivan Elias – Assessoria de Imprensa 42º EI
Fotos: Léo Tavares e prints
Coordenação: Lúcio Pinto Ribeiro