Ianes Langsdorff: quebra-cabeças de emoção rumo ao EI

Esta foi a última peça que chegou para a moto que está sendo montada especialmente para a disputa do 42º Enduro da Independência

   É com altas doses de emoção, desde a chegada peça por peça, por encomenda, da moto, como num quebra-cabeças, que Ianes Langsdorff, 37 anos, “nascido e criado na melhor cidade do mundo Candeia (MG) e que mora em Belo Horizonte”, como ele mesmo define, está confirmando participação na nova categoria – big trails – no 42º Enduro da Independência.

Sonho de criança

  O farmacêutico de formação que atua como gestor comercial numa rede de drogarias conta os minutos para chegar o dia 4 de setembro – o EI será disputado de 4 a 7, entre as cidades mineiras de Ouro Branco, Lavras e Baependi: “o Independência é um sonho de criança. Posso falar que sempre foi uma meta de vida um dia participar, e nesta edição vou realizar. Minha vontade era correr na categoria GPS com minha KTM 950, mas não consegui um outro doido para ir comigo, então vou na categoria Big Trail”, afirma.

Maior incentivador está em casa

O pai de Ianes, Lanchester, é o principal incentivador de Ianes na preparação para o EI

   Além de estar próximo de concretizar o sonho e viver uma tremenda expectativa pela chegada de cada peça importada da moto – a última chegou na sexta-feira passada, dia 19 de julho, Ianes revela que o pai, Lanchester, é o seu maior incentivador para as competições. “Fiz uma prova na Canastra e acabei empenando a moto toda. Ele deu aquele trato. E não é mecânico”, conta, orgulhoso.

  Foi o senhor Lanchester também que montou uma torre, especialmente para a disputa da Edição Internacional do Enduro da Independência. “Está tão ou mais empolgado do que eu para o EI”, observa.

Inscrições

As inscrições para o 42º EI estão abertas e podem ser feitas CLICANDO AQUI

Entrevista

 Ianes conversou conosco sobre os sentimentos vividos desde que o organizador do EI, Lúcio Pinto Ribeiro, anunciou como principal novidade da prova mais tradicional do Brasil na modalidade a inclusão, este ano, das motos acima de 700 cilindradas, em percurso diferente de todas as demais categorias de pilotos.

  Como foi a repercussão

“Lá fora, competição do estilo do EI, um rali com big trail, é muito comum. No Brasil começou agora. Existe uma competição de grande porte, o Bites, e agora a segunda, o Independência. Quando eu soube do big trail no EI, é uma quebra de paradigma gigante. Grande parte da turma dos big trails é tipo eu, vim de trilha, motocross, vamos quebrando tudo o que tem para quebrar na face da terra. Chega um certo ponto e vamos para a big trail. Só que começamos a fazer a mesma coisa que fazíamos com outra moto, a diferença  que antes fazia numa mais leve e agora faz com a pesada. No Brasil hoje tem muita gente já nessa pegada.”

Peças importadas

“Minha KTM, por exemplo, não tem uma peça no Brasil, tudo tem que importar. Lá fora, tem empresas especializadas em desenvolver produto para big trail focada em enduro, rali. Navegação, equipamentos de performance, suspensão, tudo”.

Moto especial

“Minha moto estou construindo do zero. Custei a comprar, queria uma específica. Últimas peças vieram da Espanha, como as duas bombas do cilindro de embreagem. É uma KTM 950 2004. Por ser uma moto que não é tão comum no Brasil muitas peças tive que importar. Estamos correndo contra o tempo para deixá-la preparada para a competição”.

Ianes acredita que a inclusão das big trails no EI é uma ótima iniciativa

Saio de BH, corro e volto na mesma moto

“Na minha concepção, o EI foi mega assertivo. Queria correr junto com outras motos, só não vou correr porque Lúcio colocou muito receio (risos), mas correria fácil. Você poder fazer um EI numa big trail, e na mesmo moto que eu saio de BH vou na prova e volto nela, que é uma moto emplacada”.

“A ideia é muito boa, com esta divulgação maior as pessoas vão querer entrar. Até gente que já fez o Enduro da Independência lá (anos) atrás, era criança e hoje está na big trail”.

Adiante, quem sabe, mais categorias?

“Para os próximos anos pode ter a categoria big trail turismo, para a pessoa ir com a mulher e a família, e outra categoria para valer mesmo, na adrenalina. A gente só mudou de tamanho. De moto de 100 quilos para 280 quilos. Para mim é um sonho. Conheço muitas pessoas em BH. Por exemplo, empresa que promove passeio guiado de big trail na Serra da Canastra, no Chile. Tem um nicho gigante que quer usar a moto de forma mais agressiva, é a essência dela, essa moto foi feita para isso”.

Texto: Misto Quente Comunicação

Fotos: Arquivo Pessoal

Coordenação: Lúcio Pinto Ribeiro