ENDURO DA INDEPENDÊNCIA 34 ANOS DE AVENTURA!

1- O que é o enduro.

2- O Enduro da Independência.

3- O Enduro da Independência 30 Anos.

4- O Trail Clube Minas Gerais.

5- Importância econômica e social.

 

1- O que é o enduro

Enduro de regularidade é um tipo de competição motociclística fora de estrada, bastante difundida no Brasil. É uma prova de longa duração, em que a velocidade não é o fator preponderante. O piloto, dividido em categorias, deve cumprir um roteiro pré-estabelecido e fornecido pela organização momentos antes do início da disputa, sob a forma de uma planilha, com indicação do caminho, composto por trilhas, estradas abandonadas, travessias de riachos e outros obstáculos, através de símbolos e códigos, bem como a velocidade que deve imprimir em cada trecho.

Vence o piloto que cumprir as determinações da planilha, de forma mais rigorosa e o mais próximo da velocidade indicada, sem se atrasar, ou adiantar, mesmo que o percurso ofereça os mais variados graus de dificuldade. Por isso, recebe o nome de Enduro de Regularidade. Entretanto, a resistência física do piloto, a técnica e a perseverança, assim como a qualidade de seu equipamento, fazem diferença. Para aferir o desempenho de cada piloto por todo o percurso, são instalados rastreadores por satélite, que acompanham em tempo real seu trajeto e performance, verificando eventuais desvios de rota e de velocidade.

2- O Enduro da Independência

O Enduro da independência nasceu em 1983, para recriar a última viagem de Dom Pedro I do Rio de Janeiro a Vila Rica, futura cidade de Ouro Preto no ano de 1822. A jornada, para unir a província das Minas Gerais, com crescentes rumores de revolta contra o trono e o futuro Imperador, foi feita em apenas 15 dias, entre 25 de março e 9 de abril, pelo leito do caminho, que ficaria conhecido como “caminho novo” da Estrada Real. Assim que entrou em Vila Rica, se dirige ao povo em um emocionado pronunciamento, com palavras que entrariam para a história.

“Briosos mineiros. Os ferros do despotismo rebentaram-se hoje nesta província. Sois livres. Sois constitucionais. Uni-vos comigo e marchareis constitucionalmente: confio tudo em vós, confiais em mim”. Com a província pacificada e apoio do povo brasileiro contra o domínio português, o caminho estava livre para a proclamação da independência do Brasil, embalado pelo famoso grito do Ipiranga, pouco tempo depois, em 7 de setembro de 1822.

O Enduro da Independência foi disputado pela primeira vez em 1983 recriando esta última viagem de Dom Pedro I a Minas Gerais, percorrendo cerca de 800 km, em 3 dias de duração, o mesmo caminho, as centenárias fazendas, vilas e pontos visitados pelo primeiro imperador do país junto com sua reduzida comitiva, pernoitando nas cidades de Barbacena e Ouro Preto. O enorme sucesso e repercussão da prova, certamente foi um dos responsáveis pela popularização e massificação do esporte no país, como uma espécie de divisor de águas, que encontrou em Minas, condições excepcionais de desenvolvimento, em função do relevo apropriado e da qualidade de seus praticantes.

Ao longo do tempo, o percurso do Enduro da Independência foi sendo adaptado em função da logística de organização, para acomodar uma caravana itinerante, composta por pilotos, apoios, mecânicos, organizadores, etc, com cerca de duas mil pessoas, em cidades com estrutura para tanto, e também da descoberta de novas trilhas e alternativas em Minas Gerais, conservando sempre o espírito cívico e de patriotismo.

3- O Enduro da Independência 34 anos – Curvelo

A edição 2016 do Enduro da Independência, que completa 34 disputas ininterruptas, vai ser entre os dias 3 e 4 de setembro,  com uma guinada em direção ao sertão, inspirado na obra prima do escritor João Guimarães Rosa, com o livro Grande Sertões: Veredas. A prova foi concentrada em Curvelo, região central de Minas Gerais, com ponto de partidas e chegadas, dentro do complexo do novo autódromo Circuito dos Cristais. Este formato, com o roteiro cada dia apontando em uma direção, permite uma logística mais simplificada e econômica, especialmente para os pilotos e apoios, que ficam baseados em um mesmo local.

Vistoria. Antes da largada, as motos passam por vistoria técnica, (em 03/07) e permanecem em regime de parque fechado, dentro do complexo do Circuito dos Cristais, até o início da prova.

1º Dia. O primeiro dia, (04/07), sai de Curvelo, passa pelo vilarejo de Saco Novo, com neutralizado em Cordisburgo, terra natal de Guimarães Rosa. Um roteiro à moda antiga, com percurso de 190 km, que vai exigir precisão na navegação e médias horárias mais puxadas e terreno com muito cascalho pela frente. Antes de retornar para Curvelo, a prova também passa na cidade de Paraopeba.

2º Dia. O segundo dia trás uma novidade. Para poupar os pilotos do deslocamento por “estradão”, a largada vai ser na cidade vizinha de Monjolos. Logo depois, uma seleção de trilhas, já no relevo da Serra do Espinhaço, que também faz parte do prolongamento da Estrada Real de Ouro Preto à Diamantina. Serão 145 km de percurso em um misto de cascalho e muitas pedras, com altitudes mais elevadas. O destaque fica por conta de um trecho de 30 km de trilhas ininterruptas e ainda virgens, para testar a técnica e resistência e esquentar o braço dos pilotos. Para que o público possa acompanhar de perto o desempenho dos competidores, trilhas dentro da cidade, também fazem parte do roteiro, que igualmente termina em Monjolos.

3 Dia. Metade da prova concluída segue no dia seguinte para a cidade de Presidente Juscelino, também conhecida como Paraúna. Serão 110 km de muitas trilhas com grau de dificuldade técnico e elevado. Vai ser um dia decisivo, ainda mais com o clima quente e seco da região e também com alguns “balaios” no roteiro de pedras e cascalho.

4º Dia. O último dia vai contar com 115 km de percurso no entorno da cidade de Curvelo. Vai ser um dia mais tranqüilo, com previsão de poucos pontos perdidos para que os pilotos possam voltar e subir a rampa de chegada onde receberão a medalha de participação. Nem por isso, as trilhas e a navegação foram esquecidas. Depois dos quase 600 km de percurso, a festa de premiação vai ser nas dependências do autódromo, onde estará montada a estrutura do parque fechado para motos e estacionamento para apoios que, em uma espécie de família, de todas as partes do Brasil, sempre preparam confraternizações e churrascos, para contar os “causos” desta e de outras edições.

Ordem de largada das categorias. Máster, Sênior, Over 40, Over 45, Over 50, Júnior, Dupla Graduados, Over 55, Over 60, Feminina, Novatos, Dupla Estreante, Regional e Independência Day (Prova de 01 dia).

Opções Além das categorias tradicionais, para o pessoal do entorno de Curvelo, distante cerca de 150 km de Belo Horizonte, servida com boa malha rodoviária, quase toda duplicada, aeroporto, rede hoteleira e a tradicional gastronomia mineira, haverá a categoria regional. Também vai haver a categoria Independência Day, para quem quiser curtir apenas um dia da prova. Outra possibilidade de acompanhar a prova sem entrar no roteiro vai ser a categoria Big Trail, que une lazer e turismo.

Apoio. Além da organização, 4 equipes médicas, com 8 motos, estarão ao longo do percurso. Duas equipes com carros 4X4 e uma UTI móvel também. Nos pontos de maior dificuldade, Gerentes de Trecho, GTs, ajudarão. Outras equipes “fecha prova” fazem o socorro de eventuais motos quebradas.

O 34º Enduro da Independência tem organização do Trail Clube Minas Gerais, TCMG, patrocínio e apoio da Honda, ASW, Orange BH, Borilli, Beta Ferramentas, Cervejaria Backer, Triumph BH, Motostreet Racing, Microcity, Plena Alimentos, Edgers, Motul, Carbonex, Moto World, Alex Design, Pró Moto, Mais Trilhas, Corrosivo Filmes e GP Gerais. Informações. www.tcmg.com.br.

4- O Trail Clube Minas Gerais

Fundado em 1975, o Trail Clube Minas Gerais, TCMG, organizador de todas as edições do Enduro da Independência, é uma entidade civil sem fins lucrativos e tem como filosofia a prática saudável dos esportes fora de estrada, com respeito à ecologia e com o homem do campo. Promove campanhas de conscientização dos praticantes, além de promover a recomposição de áreas degradadas e reflorestamentos. Também promove outras ações, distribuindo computadores e neutraliza as emissões de CO2 geradas pelas provas, com o plantio de árvores nativas, através do banco de árvores.

5- Importância econômica e social

Cada edição do Enduro da Independência atrai em média, cerca de 500 pilotos, além, apoios, mecânicos, jornalistas e aficionados, em uma caravana de cerca de 2000 integrantes. Em 33 anos, cerca de 18.000 pilotos já competiram na prova, com cerca de 60.000 pessoas envolvidas e uma quilometragem total percorrida de cerca de 14,4 milhões de km, o que corresponde a cerca de 360 voltas na terra. Estima-se, que as despesas dos pilotos com aquisição de insumos, gasolina, óleo e pneus, manutenção, hospedagem e alimentação, alcance cerca de R$ 5.000,00 somando nestes 33 anos o montante de cerca de R$ 174 milhões, injetados na economia, lotando hotéis, bares e restaurantes, postos de serviço e oficinas locais, gerando arrecadação de impostos para as cidades, além de milhares de empregos.

Texto: Téo Mascarenhas.

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