Entre tantas histórias gostosas de contar ao longo de quase 40 anos, o 39º Enduro da Independência apresentará, em 2021, a participação de quatro brasileiros residentes há muitos anos no Paraguai, reforçando uma constatação: não há fronteiras capazes de obstruir o poder renovado do regularidade, de multiplicar nas trilhas o número de amigos reunidos pela aventura responsável.
Com vocês, a Equipe Moto Club Nueva Esperanza, formada por Junior da Silva, Francisco Billar, Ricardo Dorr e Fabrício Pereira.
“Somos da cidade de Nueva Esperanza, que fica no Departamento (que seria como um estado, no Brasil) de Kanindeyu. Estamos ao norte do Paraguai 70 quilômetros da cidade de Sete Quedas (em Mato Grosso do Sul) e a 80 quilômetros da cidade de Guaíra (PR)”, apresenta-se Júnior.
“São brasileiros ou paraguaios?”, perguntamos.
A resposta é direta: “Somos quatro brasileiros residentes no Paraguai há muitos anos. Nos consideramos paraguaios e patriotas pela bandeira paraguaia. Pode até dizer que somos quatro pilotos brasiguaios”.
Quem afirma é um apaixonado por navegação que ao constatar que no Paraguai não havia o regularidade (somente enduro fim e cross country) foi aos poucos construindo um grupo, e pode se dizer que a participação do agora quarteto no Enduro da Independência vem consolidar os degraus desta trajetória.
Júnior revela: “Ando de enduro de regularidade desde 1998 e sempre tive vontade de fazer o (Enduro da) Independência, mas por questão profissional nunca deu certo. Morava em Francisco Beltrão, no Paraná. Depois vim para o Paraguai e aqui não tem regularidade. Como sou apaixonado por navegação, aos finais de semana ia ao Brasil e disputava provas do Paranaense, Copa Oeste e tal”.
Como o grupo se formou?
Francisco – “Há dois anos levei Francisco para um enduro. Foi, andou e gostou”.
Ricardo – “Ano passado, fizemos a cabeça do Ricardo para ele gostar também. Fomos a um passeio de 1400 quilômetros de moto na estrada em três dias. Chaco paraguaio. Ricardo foi de apoio na caminhonete. Gostou. Animou e comprou uma WR 450. Começou a ir aos Enduros de regularidade. Em Medianeira, segundo enduro dele, fez toda a prova e não perdeu nenhum PC.”
Ricardo confirma a história e acrescenta: “Comprei a moto e comecei a andar em trilhas da região. Então me convidaram para o regularidade. Fui em algumas provas, gostei muito da dinâmica e a proposta do Enduro da Independência já esteve nos planos desde a compra da moto. Pelo tamanho do evento a proposta de andar de moto por quatro dias e tudo que envolve a viagem, as amizades que já temos e seguramente as que faremos. Nosso ideal será conseguir terminar os quatro dias de prova.”
Fabrício – “Ele (Fabrício) morava numa cidade próxima (Salto Del Guairá). Já fazia enduro e trouxemos para a nossa equipe porque era um companheiro a mais para viajarmos juntos em quatro. Assim, a gente se anima mais a viajar em grupo e competir”.
O “empurrãozinho” final para confirmar presença no Independência veio de um contato com Cláudio Hiert. O piloto paranaense, campeão brasileiro e que todo ano faz o Independência, se encarregou de levar o quarteto paraguaio para a prova. “E assim, estamos nos organizando para ir ao Independência”, vibra Júnior.
A preparação inclui enduros no Paraná (prova disputada dia 11, em Medianeira, pela Copa Oeste-Sudoeste de Enduro de Regularidade), para pegar bem a parte de navegação. Júnior também já esteve no enduro de Maravilha (Santa Catarina).
Texto: Misto Quente Comunicação
Coordenação: Lúcio Pinto Ribeiro
Fotos: arquivos pessoais